Sou um novato no mundo corporativo. Antes, minhas experiências foram em empresas onde essa dinâmica não era tão evidente para mim — ou talvez eu simplesmente não estivesse pronto para perceber o que acontecia ao meu redor.
Na escola e na faculdade, aprendemos a fazer nosso trabalho, melhorar a qualidade das nossas entregas e usar ferramentas para aprimorar nossos resultados. Mas ninguém nos ensina que, além disso, precisamos ser políticos o tempo todo. Claro, essa realidade não se aplica a todos os lugares, mas em grandes corporações o ambiente pode ser bem menos amistoso do que parece para quem ainda não está inserido nele.
Uma das matérias mais importantes que aprendi na faculdade foi Ética. E ironicamente, essa é uma das disciplinas menos levadas em consideração no dia a dia do trabalho. Isso pode soar revoltante, mas vamos pensar juntos:
Quantas vezes você percebeu um colega com dificuldades e se ofereceu para ajudar? Quantas oportunidades teve de mostrar seus próprios resultados sem precisar se comparar a outra pessoa? E quantas vezes usou palavras inadequadas e não se desculpou?
Além de uma questão ética, isso toca um princípio fundamental: “Amai ao próximo como a ti mesmo.” Já imaginou se a oração do Pai Nosso terminasse com:
“E nos queime se fizermos mal ao próximo intencionalmente, amém!”
Talvez muitos nem quisessem mencioná-la.
O que falta no mundo corporativo é um pensamento mais coletivo e menos individualista. Entender que os resultados de uma equipe são fruto do trabalho de todos, e não apenas de um único indivíduo.
Mas por que essa competição desmedida se tornou tão comum? Acredito que seja, simplesmente, a falta de amor ao próximo. Não vejo outro motivo para tantas pessoas tentando derrubar umas às outras, como se estivessem em um jogo de sobrevivência, quando na verdade estão apenas buscando seu sustento. Uma boa competição pode ser saudável e estimulante, mas nunca deve ultrapassar os limites da ética. Nunca devemos nos tornar indiferentes às consequências de nossas próprias ações.
É possível ser competitivo e respeitoso, ser ágil sem atropelar tudo e todos, ser pragmático sem tratar os outros como ferramentas descartáveis. Somos todos humanos, temos nossas limitações, mas também inúmeras qualidades. No que você escolhe focar?
Seja gentil com seus colegas. Isso não te enfraquece, nem te diminui. Pelo contrário, ver o lado bom das coisas torna a jornada mais leve e te faz uma pessoa mais feliz. Afinal, no fim das contas, não levaremos conosco nada além de conhecimento e boas histórias daqui.
Renée Maksoud - março de 2025