No mundo conectado de hoje, a troca de informações entre sistemas é essencial. Empresas que desenvolvem soluções digitais precisam garantir que suas plataformas se comuniquem de maneira eficiente, segura e escalável. É aqui que entram os webservices e, mais especificamente, as APIs (Application Programming Interfaces). Elas funcionam como pontes entre sistemas diferentes, permitindo a integração de dados e funcionalidades.
Mas afinal, como a criação de uma API pode resolver problemas reais dentro de uma empresa ou aplicação? E em quais cenários ela pode ser aplicada?
Uma API é um conjunto de regras e definições que permitem que softwares diferentes “conversem” entre si. Ela expõe funcionalidades ou dados de um sistema, de maneira padronizada, para que outro sistema possa consumir essas informações.
Imagine um restaurante: a cozinha é o sistema interno, e o garçom é a API. O cliente (aplicação externa) faz o pedido ao garçom, que leva até a cozinha e depois traz a resposta (o prato).
As APIs modernas geralmente são criadas usando padrões como REST ou GraphQL, e utilizam o protocolo HTTP para o envio e recebimento de dados (geralmente no formato JSON).
Muitas empresas utilizam sistemas diferentes para controlar vendas, estoque, financeiro, atendimento e logística. Esses sistemas, quando não se comunicam, exigem que os colaboradores insiram os mesmos dados em várias plataformas, gerando retrabalho, erros manuais e perda de tempo.
Uma API atua como ponte entre esses sistemas, permitindo que dados fluam automaticamente entre eles. Por exemplo, ao registrar uma venda no sistema comercial, a API pode automaticamente:
Empresas que precisam fornecer dados ou funcionalidades para terceiros — como fornecedores, afiliados ou clientes — enfrentam o desafio de fazer isso com segurança e controle.
Com uma API bem estruturada e autenticada (com tokens, por exemplo), é possível fornecer acesso limitado e monitorado a determinados dados ou ações do sistema. Exemplo:
Sistemas antigos costumam ter tudo acoplado: banco de dados, lógica de negócio e interface. Isso dificulta o desenvolvimento de novos canais, como apps móveis ou novas versões do site.
Ao expor os dados e funcionalidades por meio de uma API, a empresa pode construir quantas interfaces quiser (site, app, painel administrativo), todas consumindo os mesmos dados e regras.
Uma empresa de delivery pode ter:
Tudo isso se comunicando com a mesma API central.
Tarefas manuais como envio de relatórios, sincronização de dados ou geração de backups consomem tempo e são suscetíveis a falhas humanas.
APIs permitem criar scripts automatizados que executam essas ações em horários programados ou sob demanda. Exemplo:
Sistemas monolíticos e sem padronização têm dificuldade de crescer. Qualquer mudança exige alterações em diversas áreas, o que gera riscos e instabilidade.
APIs tornam o sistema mais modular, permitindo que novas funcionalidades sejam adicionadas sem impactar o núcleo. Além disso, se a API for pública, ela permite que terceiros desenvolvam soluções complementares (ex: integrações, plugins, extensões).
As APIs estão por toda parte. Veja alguns exemplos de aplicações práticas:
A criação de uma API pode transformar a maneira como um sistema opera, trazendo mais eficiência, flexibilidade e possibilidades de crescimento. Ela permite que dados e serviços sejam reutilizados de forma inteligente, conectando diferentes soluções, empresas e plataformas.
Se sua empresa está buscando otimizar processos, automatizar tarefas ou criar novos produtos digitais, a implementação de um webservice com API pode ser o caminho mais estratégico e moderno para isso.
A sigla REST significa Representational State Transfer. Trata-se de um estilo arquitetural para desenvolvimento de APIs que seguem uma série de princípios e restrições para permitir a comunicação entre sistemas via protocolo HTTP.
Uma API REST usa requisições HTTP (como GET
, POST
, PUT
, DELETE
) para realizar operações sobre recursos representados por URLs. Os dados geralmente são transmitidos no formato JSON ou XML, sendo o JSON o mais comum atualmente.
GET https://api.exemplo.com/clientes/123
Essa requisição poderia retornar os dados do cliente com ID 123 em formato JSON.
O termo RESTful é usado para descrever uma API que segue completamente os princípios REST. Ou seja, toda API RESTful é REST, mas nem toda API que diz ser REST está, de fato, seguindo as boas práticas e restrições definidas por REST.
Uma API verdadeiramente RESTful deve:
REST | RESTful |
---|---|
Refere-se ao estilo arquitetural | Refere-se à implementação completa do estilo REST |
Pode violar algumas regras de REST | Segue todas as restrições do REST |
Pode usar verbos HTTP de forma incorreta ou parcial | Usa corretamente GET , POST , PUT , DELETE , etc. |
Pode não ser totalmente stateless | É obrigatoriamente stateless |
Pode misturar ações nos endpoints (ex: /criarCliente ) |
Usa recursos claros (ex: POST /clientes ) |
Usar REST como referência ajuda a criar APIs organizadas, padronizadas e fáceis de consumir. Ao adotar o estilo RESTful, você garante que sua API esteja preparada para crescer de forma escalável, segura e eficiente, com interfaces claras e compreensíveis por qualquer sistema ou linguagem de programação.
Renée Maksoud - abril de 2025