Renée Rodrigues

Sumário

A Armadilha da Expectativa Não Dita

Recentemente, numa corporação de grande porte com processos complexos, observei um padrão. Gestores evitam promessas diretas, mas criam um ar de mistério e expectativa. Não há palavras concretas, apenas sugestões.

O Ciclo da Frustração Silenciosa

Essa abordagem permite que os colaboradores, naturalmente otimistas, criem suas próprias esperanças. Eles preenchem as lacunas com o que desejam ouvir: uma promoção, um projeto novo, uma mudança de cenário.

Com o tempo, a realidade se impõe. Nada do que foi “sugerido” se concretiza. A frustração ressurge. Mas como reclamar? O gestor não prometeu nada. A decepção é pessoal, nascida de uma expectativa própria, não de uma garantia.

Então, o ciclo se reinicia. Em novas reuniões, o gestor menciona “novos insights” ou “coisas que mudarão nos próximos meses”. Mais uma vez, nada acontece. Essa tática mantém a equipe controlada, criando ilusões quando não há soluções reais à vista. É um adiamento da verdade.

Por Que Essa Dinâmica Acontece?

Geralmente, essa “não-promessa” surge por alguns motivos:

O Custo Real da Falsa Esperança

O impacto dessa dinâmica é maior do que parece:

No fim, a empresa arca com uma produtividade menor e um ambiente de trabalho tóxico.

Solução: Transparência e Ação

Para quebrar esse ciclo, líderes precisam adotar a transparência. Comunique a verdade, mesmo que difícil. Gerencie expectativas de forma clara. Diga o que é um plano, o que é uma ideia e o que é uma promessa.

Para o colaborador, é vital gerir a expectativa pessoal. Foque no concreto. Questione com clareza. E direcione a energia para o que está sob seu controle.

A confiança se constrói com honestidade e ações concretas, não com o mistério de promessas não feitas. É tempo de trocar a falsa esperança por um ambiente de trabalho real e produtivo.

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Renée Maksoud - setembro de 2025